Ferroviária de João Neiva

Nome : Associação Atlética Ferroviária der João Neiva
Data : 01 de janeiro  de 1968
Local : João Neiva
Títulos: Bicampeão Zona Norte 1968 e 1969
Estádio : Artêmio Sarcinelli "Manelis"

Panorâmica do Artêmio Sarcinelli

Em 1º de janeiro de 1968 era fundada a Associação Atlética Ferroviária de João Neiva, após fusão de 3 equipes,  Sul America "esquadrão de aço" (que cedeu as cores e modelo de uniforme), Independente e Clube Nolasco(este era apenas clube social), após sugestão da CVRD Companhia Vale do Rio Doce, ou simplesmente Vale, o mesmo proposto em Cariacica quando 5 equipes ferroviárias se fundiram dando  origem a Desportiva Ferroviária.

Sul América Futebol Clube de João Neiva fundado em 15/04/1915

 

Independente Esporte Clube outra equipe da fusão

       

Imagem rara do Sul América antes da fusão

Entrada do Estádio Manelis

Seu Estádio é o Artêmio Sarcinelli conhecido como "Manelis" homenagem a Sarcinelli (29 de dezembro de 1932 - 28 de novembro de 2006) jogador profissional nascido em João Neiva atuou por São Paulo/SP, Flamengo/RJ, Ferroviária/SP além de São Cristovão/RJ . 
Em 1973  foi treinador da Desportiva Ferroviária no Campeonato Brasileiro chegando a barrar Fio Maravilha, que era a atração grená naquela competição, ele que disputou 14 partidas não fazendo nenhum gol pela Tiva naquele nacional dando razão ao afastamento. 
Foram 20 partidas no comando técnico da Desportiva onde conquistou 5 vitórias, 7 empates, 8 derrotas. Conseguiu vitórias históricas como 1x0 sobre o Flamengo e 2x0 sobre o Paysandu a primeira vitória fora de casa do clube. Outras vitórias foram 2x1 América/RN, 1x0 CEUB/DF e 2x0 Náutico.
  

Sarcinelli quando defendeu o São Paulo/SP

Durante os anos 60 e 70 a Ferroviária figurou na primeira divisão do Campeonato Capixaba, disputou a Série A por 7 oportunidades, a equipe sempre fez campanhas tímidas e chamava a atenção mesmo pela simpatia dentro de casa que conquistavam até os rivais.

Em 1968 logo em seu primeiro estreou entre os profissionais no Campeonato Sulino, fez uma campanha muito boa até brigando pelo título.
Em 1969 estreou no Campeonato Capixaba e nesta ano uma tragédia caiu sobre a equipe. Um grave acidente de ônibus vitimou 4 pessoas, o acidente ocorreu durante o retorno de uma partida após vitória por 1x0 sobre o Atlético de Vila Velha em partida disputada no Estádio Engenheiro Araripe, o acidente aconteceu de 31 de maio para 1º de julho, quando o ônibus da delegação bateu de frente com um caminhão próximo ao Mosteiro Zen Budista em Ibiraçu. Na colisão morreram quatro pessoas, entre elas o quarto zagueiro Tota, que estava sentado na poltrona que seria do técnico Sarcinelli que ficou na capital, outros que faleceram foram o diretor do clube Benício e um torcedor que voltava no ônibus, além do motorista do caminhão que também morreu na hora, ficando uma imagem muito triste gravada na memória do mesmo dependurado no para brisa do caminhão destruído por várias horas. 
Tota havia pedido dispensa desta partida pois era recém casado e estava em lua de mel, mas seu pedido de dispensa não foi atendido. Devido este acidente abandonou a competição faltando duas rodadas para o encerramento da competição.

Flâmula que passa por uma das melhores fases da Ferrô sendo bicampeã, mas também passa pelo período da pior, a tragédia do acidente.

Em 1970 na primeira partida na competição uma grande vitória, jogando em casa no Estádio Artêmio Sarcilelli em João Neiva, vitória por 1x0 sobre o forte Rio Branco em 19 de julho. 
Empatou com Estrela do Norte em casa em 0x0 na rodada seguinte, na 3ª rodada um encontro histórico, as duas Ferroviárias se encontraram, no Estádio Engenheiro Araripe a Desportiva Ferroviária derrotou a Ferroviária por 2x0. Nas duas rodadas seguintes ótimas vitórias, 2x1 sobre o Caxias em casa e uma grande vitória fora de casa por 1x0 sobre o Vitória. A equipe surpreendia e vencia 3 em 5 partidas e ficava atrás apenas de Desportiva e Rio Branco na classificação.
Na rodada seguinte derrota para o Industrial em Linhares não abalou a equipe pois na rodada seguinte aplicou uma grande goleada por 5x0 sobre o Santos de Barra de São Francisco em casa, era um tormento enfrentar a Ferroviária no Manelis, apelido de seu estádio.
No returno o "gás" da equipe acabou conquistando apenas maus uma vitória, 4x1 frente o Industrial de Linhares novamente dentro de casa.

Nos ano de 1971 e 1972 seguiu com suas boas partidas em casa e não muito bem fora.

Em 1973 em casa a Ferroviária foi um verdadeiro terror, perdeu apenas uma partida  dentro de seus domínios. Destaque para as duas vitórias sobre o Santo Antônio, uma delas por goleada por 3x0. Na classificação geral a equipe de João Neiva foi apenas a 6ª entre 8 equipes mas dentro de casa a torcida sentia orgulho de ver a Locomotiva de João Neiva jogar.
Campanha
Turno
Vitória 3x1 Ferroviária
Desportiva 3x2 Ferroviária
Ferroviária 1x0 América de Linhares
Rio Branco 2x0 Ferroviária
Ferroviária 0x0 Industrial de Linhares
Santo Antônio 1x2 Ferroviária
UACEC 1X0 Ferroviária
Returno
Ferroviária 1x3 Vitória
Industrial de Linhares 0x0 Ferroviária
Ferroviária 2x2 Desportiva
América de Linhares 1x1 Ferroviária
Ferroviária 3x0 Santo Antônio
Ferroviária 1X1 UACEC
Rio Branco 4x0 Ferroviária 

Padre Carlos que ficou conhecido no Brasil após uma matéria no Fantástico onde ele aparece rezando suas Missas e jogando futebol.

Em memória de Padre Carlos (*11/06/1941 +22/09/2020)

Padre Carlos vestiu a camisa das duas ferroviárias em 1974,  após a derrota por 3x1 para a Desportiva em João Neiva em que ele marcou o gol da Ferroviária, o gol saiu na matéria do fantástico inclusive, no mesmo ano se transferiu para Cariacica e fez parte do elenco campeão estadual daquele ano. Cunha é outro a defender as duas ferroviárias, porém fez o caminho inverso, primeiro se consagrou na Desportiva Ferroviária onde se tornou ídolo inclusive marcando gol do título estadual de 1965 e depois foi para a Ferroviária, de onde não saiu mais se tornando morador de João Neiva.

Cunha no ano que fez gol do título

Em 1974 começou com o pé esquerdo, derrota por 3x1 em casa para a Desportiva. Na rodada seguinte derrota por 2x0 para o Rio Branco na capital, e para completar a tabela ruim derrota e casa por 3x0 para o Vitória, o 0x0 contra o Santo Antônio fora era o melhor resultado até a 5ª rodada quando enfim venceu, 2x1 no América. 
No returno o desempenho só não foi igual pois além de perder para Desportiva por 1x0, 2x0 para Rio Branco, 2x1 para o Vitória e empatar novamente com o Santo Antônio acabou derrotada pelo América em Linhares por 1x0 no dia 27 de outubro de 1974 data da última participação da Ferroviária na 1ª divisão. Depois deste estadual a equipe se afastou de competições profissionais, focou apenas no futebol amador jogando campeonatos contra equipes do norte capixaba, futebol de máster e categorias de base. 
Tentou um retorno em 1993 quando disputou o estadual da segunda divisão mas sem sucesso dentro de campo retornou ao amador onde segue em atividade até os dias de hoje. O que se diz é que a tragédia de 1969 atrapalhou o crescimento do clube nos anos seguintes que não conseguiu se firmar no futebol profissional.

Ferroviária de 1973/74 Em pé : Nildo, Hélio, Mauro Jorge, Jorginho, Geraldo e Abel. Agachados : Veio Mica, Helinho, Padre Carlos, Carlos Januário e Cláudio Nega.

Uma foto rara da equipe da Ferroviária dentro de seu estádio nos anos 70.

Outra raridade da Ferroviária. Cará, Ercy, Tião, Luis Carlos, Tota, Urbano,  Jerônimo, Zezinho, Neguinho, Lima, Cariacica.

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