terça-feira, 29 de novembro de 2016

Memórias trágicas do futebol capixaba

O Mundo acordou atordoado em 29 de novembro de 2016 após a notícia do acidente com o avião em que a equipe catarinense da Chapecoense estava a caminho da partida de ida da final da Copa Sul Americana diante do Atlético Nacional-COL, foram mais de 70  mortos confirmados entre eles, atletas, jornalistas, tripulantes da Cia aérea boliviana e integrantes da comissão técnica do clube na maior tragédia mundial envolvendo uma equipe de futebol. Infelizmente o futebol sofre com tragédias deste tipo devido as  viagens constantes para a disputa das partidas, principalmente partidas em competições internacionais. 


Em 4 de maio de 1949, o time de futebol do Torino voltava de um amistoso em Lisboa, quando o avião caiu durante uma tempestade. Na tentativa de pousar em meio a condições ruins, a aeronave bateu contra a basílica de Superga, em Turim. Todas as 31 pessoas a bordo do avião morreram, incluindo 18 jogadores, delegação técnica, jornalistas e tripulação. O Torino era o atual tetracampeão italiano e liderava o campeonato pelo 5º ano consecutivo.
Em 1958 foi com Manchester United, o avião com jogadores do time inglês e membros da equipe técnica não conseguiu decolar de Munique, na Alemanha, onde havia parado para reabastecer devido neve na pista. A aeronave com mais de 40 pessoas a bordo bateu em uma casa no final da pista. Oito atletas morreram no desastre. A equipe inglesa vinha de Belgrado, onde havia vencido o time local Estrela Vermelha. O incidente é lembrado até hoje por torcedores ingleses.
Em 16 de julho de 1960, 8 membros da seleção olímpica dinamarquesa morreram em um acidente na decolagem de seu avião em Kastrup (Dinamarca).
Em dezembro de 1987, o time mais tradicional  Peru o Alianza Lima voltava para a capital, quando a aeronave caiu no mar, durante a aproximação ao aeroporto. No total, 43 pessoas morreram a bordo do Fokker, sendo 29 jogadores.
Depois de uma boa participação na Olimpíada de Seul em 1988, a seleção de futebol da Zâmbia buscava sua primeira classificação para a Copa do Mundo. A equipe voava para Senegal para uma partida das eliminatórias, quando um dos motores do avião pegou fogo. A tragédia deixou 30 mortos, sendo 18 atletas da seleção no ano de 1993.
Tragédias ligadas ao futebol já aconteceram também no Espírito Santo, as mais graves foram com Veneciano e a Ferroviária. Ambas ocorrem em um trecho extremamente perigoso no Espírito Santo que é a BR-101 um dos mais perigosos do Brasil, causador de várias  mortes e acidentes graves.
Trecho em frente ao Mosteiro Zen Budista em Ibiraçu

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Trecho da BR-101 Acioli João Neiva.

Associação Atlética Ferroviária de João Neiva

A primeira delas aconteceu em 1969, a equipe da Associação Ferroviária de João Neiva sofreu um
 trágico acidente de ônibus que vitimou 4 pessoas, o acidente ocorreu durante o retorno de uma partida após vitória por 1x0 sobre o Atlético de Vila Velha em partida disputada no Estádio Engenheiro Araripe, o acidente aconteceu de 31 de maio para 1º de julho, quando o ônibus da delegação bateu de frente com um caminhão próximo ao Mosteiro Zen Budista em Ibiraçu. Na colisão morreram quatro pessoas entre elas o quarto zagueiro Tota, que estava sentado na poltrona que seria do técnico Sarcinelli que ficou na capital, outros que faleceram foram o diretor do clube, Benício, o motorista e um torcedor que voltava no ônibus. Tota havia pedido dispensa desta partida pois era recém casado e estava em lua de mel, mas seu pedido de dispensa não foi atendido. 
A Ferroviária foi fundada em 1º de janeiro de 1968 após fusão do Sul América, Clube Nolasco e Independente todos ligados a Companhia Vale do Rio Doce nascia forte, a equipe disputou o estadual de 1970 até 74 depois disso se afastou de competições oficiais só retornando apenas em 1993 na Série B capixaba onde não conseguiu o acesso a Série A.
Estado em que ficou o caminhão nos dá ideia do tamanho do impacto.

Sport Club Veneciano de Nova Venécia

Outra equipe que sofreu uma tragédia foi o Sport Club Veneciano de Nova Venécia, fundada em 13 de agosto de 1953, a equipe havia feito boa participação no turno de 1977, em 1979 vinha para sua segunda participação, a equipe vinha de 3 vitórias consecutivas seu recorde, mas a caminho da partida  fora de casa  contra o Santo Antônio em 7 de julho, algo terrível aconteceu, Getúlio Martins técnico do clube, Michila 
(Valdemir Germano Filho) atacante, Josias goleiro e Ferreira, zagueiro, estavam no Corcel de Getúlio quando em Aciole BR-101 Município de João Neiva o pneu do carro estourou, o carro ficou desgovernado, Getúlio foi arremessado para fora do veículo fraturando coluna, Josias quebrou a clavícula, Michila e Ferreira vieram a óbito. Michila era irmão dos também jogadores Germano e do folclórico Fio Maravilha que jogou no Flamengo/RJ e em 1973 teve passagem pela Desportiva Ferroviária no Campeonato Brasileiro. Michila então com 28 anos estava de passagem comprada rumo aos Estados Unidos onde foi contratado, mas o sonho ali terminava. 
O Veneciano abandonou o campeonato sendo declarado derrotado por W.O nas partidas restantes do estadual, abandonou as competição oficiais e jamais retornou sendo extinto poucos anos depois. Isso afetou diretamente o futebol de Nova Venécia, Leão de São Marcos maior rival da Veneciano acabou sofrendo sem o seu rival, e no fim dos anos 80 também encerrou as atividades profissionais retornando apenas duas décadas depois. Nos ano 2000 foi fundado outro Veneciano sem ligação com este Veneciano, hoje atualmente futebol da cidade retornou com Nova Venécia Futebol Clube que tem aporte financeiro e briga por títulos no Espírito Santo.

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